Você já se sentiu triste, mesmo tendo alguém para ligar?
Você já se sentiu triste, mesmo tendo alguém para ligar?
Às vezes, mesmo cercados de pessoas que amamos e que estão dispostas a nos apoiar, sentimos uma tristeza profunda, uma solidão que parece intransponível. A pergunta que surge é: por que, então, nos sentimos assim? Quando temos alguém a quem recorrer, por que a dor interna não desaparece imediatamente?
A resposta pode estar na complexidade do que significa estar verdadeiramente conectado consigo mesmo e com os outros. A tristeza não é algo que se resolve com simples palavras de conforto ou com a presença física de alguém. Muitas vezes, ela está ligada a algo mais profundo, um vazio existencial ou a uma batalha interna que ninguém pode ver ou entender completamente, mesmo que esteja ao nosso lado.
Em um mundo onde as redes sociais nos conectam constantemente e onde sempre temos alguém para conversar, a sensação de solidão emocional pode ser ainda mais avassaladora. A presença de uma pessoa ao telefone ou ao nosso lado não garante que nos sintamos compreendidos ou acolhidos. A verdadeira conexão vai além das palavras; ela exige escuta genuína, empatia e a disposição de compartilhar nossos sentimentos mais íntimos, sem julgamentos.
A tristeza, por mais difícil que seja de entender, também faz parte de nossa jornada de autodescoberta. Às vezes, é necessário atravessar essa escuridão para entender melhor o que nos aflige e como podemos lidar com ela. O simples ato de estar com alguém, ou até mesmo de fazer uma ligação, pode ser o primeiro passo para abrir as portas da cura. Mas, ao mesmo tempo, é importante reconhecer que, em alguns momentos, a tristeza só pode ser superada por nós mesmos, com paciência e autocompreensão.
Portanto, se você já se sentiu triste, mesmo com alguém ao seu lado, saiba que isso é mais comum do que parece. O que importa é a disposição de cuidar de si mesmo, buscar apoio quando necessário e compreender que as emoções humanas são complexas e, muitas vezes, não seguem uma lógica simples. Não há vergonha em sentir tristeza, e não há pressa para “curar” o que você sente. O importante é continuar, passo a passo, aprendendo a viver e a se compreender cada vez mais.
João Aurélio Carmo Ferreira @joaoaurelio.carmo
