Lição 7 – O Lugar Santo

2º Trimestre de 2019

ESBOÇO
I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS
II – AS TRES PEÇAS QUE COMPUNHAM O INTERIOR DO LUGAR SANTO
III – O VÉU QUE DEMARCA O LUGAR SANTO E O LUGAR SANTÍSSIMO (Êx 26.31-36)

Elienai Cabral 

sumo sacerdote para descobrir que, para chegar ao Lugar Santíssimo, a caminhada é progressiva. O homem também descobre que o Tabernáculo foi projetado para passar ao povo uma noção de relacionamento progressivo com Deus. Dentro dessa conscientização, o homem descobre ainda que, quanto mais próximo de Deus, maior é a responsabilidade, porque Deus é Santo, e nenhuma possibilidade de sujeira entra na sua presença. Também veremos que o Senhor deseja uma relação íntima com o seu povo, de tal modo que a ordem para construir o Tabernáculo era para que Ele pudesse habitar com o seu povo e no meio dele.

O texto neotestamentário em Hebreus 9.2,3 mostra a distinção dos dois compartimentos do Tabernáculo e chama ao primeiro “Santuário” e ao segundo “Santo dos Santos”. O texto bíblico diz: “Porque um tabernáculo estava preparado, o primeiro, em que havia o candeeiro, e a mesa, e os pães da proposição; ao que se chama o Santuário. Mas, depois do segundo véu, estava o tabernáculo que se chama o Santo dos santos” (Hb 9.2,3). Os dois compartimentos do Tabernáculo também eram identificados como “Lugar Santo” e “Lugar Santíssimo”.

I – LUGAR SANTO: UM LOCAL DE SERVIÇO E COMUNHÃO COM DEUS 

1. Que Lugar É esse?

O “Lugar Santo” era um lugar de serviço, onde somente os sacerdotes podiam entrar para ministrar (Hb 9.6). Os israelitas apenas podiam trazer suas ofertas ao Altar de holocaustos e não podiam passar dali. O povo tinha acesso ao Pátio (Átrio), mas a entrada para o Tabernáculo era proibida. Porém, quando Cristo entrou no Lugar Santo e no Lugar Santíssimo com o seu próprio sangue, todos os crentes em Cristo, havendo sido redimidos e santificados, têm o privilégio de entrar na presença de Deus e exercer uma nova posição em Cristo como “sacerdotes de Deus” (ver Ef 2.18,19; Hb 10.19-22).

2. Um Lugar de Serviço e Adoração

O Modelo Divino do Tabernáculo

A morada terrenal levantada chamada “Tabernáculo” (do hebraico, misklan = “morada”) não ficava exposta, mas tinha uma cobertura de peles que a protegia do sol causticante do deserto. Era a casa que Deus ordenou a Moisés construir para sua morada do Altíssimo (ver Êx 25.8). A parte interna tinha um caráter bem particular. Era um lugar especial, de privilégio e com exclusividade para o serviço dos sacerdotes diante de Deus.

Esse modelo foi dado a Moisés quando subiu ao Sinai. Era a revelação do lugar no qual Deus habitaria com o seu povo, ou seja, a primeira morada de Deus sobre a terra (ver Êx 25.8). Durante os quarenta dias em que Moisés esteve no alto do monte, aquela montanha alta tornou-se um lugar santo, de exclusividade divina, pois Deus mostraria sua glória a Moisés no ponto mais alto. Imaginem um lugar ermo e de pedras esquecidas dos homens que, de repente, se torna num lugar da manifestação da glória de Deus.

Naquele monte, Moisés recebeu a planta de tudo quanto o Senhor queria no Tabernáculo. Deus foi o arquiteto e concedeu a ajuda do seu Espírito na seleção das pessoas habilitadas em várias atividades que envolviam habilidade com madeira e metais. Nesse modelo divino do Tabernáculo, está revelado tipologicamente que Jesus Cristo edificou sua Igreja, o Tabernáculo espiritual aqui na terra. Na verdade, todos os detalhes do Tabernáculo demonstram em seu conjunto a revelação de Jesus Cristo, em sua pessoa, em seu sacrifício e em seu sacerdócio eterno.

3. O Propósito do Lugar Santo 

Antes de adentrar no Santuário, do lado de fora, dentro da cerca de linho fino retorcido, estava o Altar de Sacrifícios, que representa a Cruz de Cristo, na qual Ele, como verdadeira vítima expiatória, seria oferecido por nossos pecados (ver 1 Jo 2.2). Isso significa que, antes de entrar no Santuário, o pecador precisa passar pelo Altar de Sacrifícios.

Outrossim, os móveis e outros materiais utilizados no Tabernáculo possuem um significado simbólico para cada elemento. A sua distribuição nos lugares certos passa a ter um sentido espiritual simbólico. A partir do Pátio (ou Átrio) até entrar no Santuário, todos os objetos do Tabernáculo, tanto os que estão fora quanto os que estão dentro, servem de “exemplar e sombra das coisas celestiais” (Hb 8.5). O autor da carta aos Hebreus reconhece o significado simbólico e diz: “Olha, faze tudo conforme o modelo que, no monte, se te mostrou” (Hb 8.5). O Novo Testamento reforça o projeto celestial do Tabernáculo para fortalecer o fato de que a Igreja seria a demonstração da presença de Deus na terra e que Jesus Cristo foi a manifestação do “Verbo [que] se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1.14). A palavra “habitou”, de João 1.14, aparece na língua grega do NT como “skenoo”, que significa “tenda, habitação, tabernáculo”. O apóstolo João, portanto, declara que Jesus foi o verbo que se encarnou, habitou entre nós e que fez da Igreja o seu Tabernáculo, isto é, o lugar onde Ele habita.

4. Lições da Tipologia do Tabernáculo em Relação a Israel e à Igreja 

Em relação a Israel, aprendemos que apenas Arão e seus filhos, da tribo de Levi, eram sacerdotes escolhidos por Deus para essa função na vida religiosa de Israel (Êx 28.1; Nm 3.5-10). Para ser um sacerdote em Israel, era preciso ser nascido na família de Levi e pertencer a sua tribo.

Em relação à Igreja, nenhuma pessoa por nascimento natural tem direito a um sacerdócio espiritual (ver Rm 3.23; Ef 2.12). A Igreja, porém, é fruto de um nascimento espiritual, que, na linguagem neotestamentária de Jesus, se refere ao novo nascimento, que torna filhos de Deus todos quantos aceitam a Cristo Jesus como Senhor e Salvador (ver Jo 1.12,13; Ef 2.13; 1 Pe 2.9), tornando-se, assim, “sacerdotes para com Deus”.

Em relação a Israel, a aceitação dos israelitas diante de Deus era mediante os sacrifícios do Altar de Sacrifícios e, depois, lavados pela água límpida da Pia Lavatório, bem como a unção com azeite da Santa Unção (ver Êx 30.25-30).

Em relação à Igreja, nossa aceitação para com Deus, o Pai, foi feita no Amado, limpos pela regeneração do Espírito Santo e da Palavra de Deus e ungidos com o Espírito Santo. Esse direito de aceitação diante de Deus foi, portanto, conquistado pelo sangue de Cristo Jesus (Hb 10.17-25).

Para entendermos a importância do “Lugar Santo” e a sua tipologia na vida cristã, precisamos entender que, na esfera celestial, os objetos do Lugar Santo são tipificados pelas coisas que estão no céu. Precisamos, portanto, descobrir a tipologia dos objetos que estavam na parte interna do Lugar Santo (ver Êx 26.35; Hb 9.1,2).

Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.

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Videoaula – pastor Elienai Cabral

   Fonte: Portal da Escola Dominical via CPAD News