Lição 13 – O Sacerdócio Celestial
2º Trimestre de 2019
ESBOÇO
I – O SACERDÓCIO CELESTIAL TEM UM ÚNICO SUMO SACERDOTE
II – O SACERDÓCIO UNIVERSAL DA IGREJA
III – O MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO
Elienai Cabral
O Tabernáculo Era o Verbo que se Fez Carne (Jo 1.14)
A primeira coisa que temos de entender nesta escritura é a revelação da Deidade do Verbo: “No princípio era o Verbo, […] e o Verbo era Deus”, ou seja, o unigênito Filho, isto é, “o Unigênito de Deus” (Jo 1.1,14,18).
Na língua grega do NT, a palavra “verbo” é “Logos”, e isso indica que só o “Deus-Homem” (Jesus, que se fez carne) pôde revelar plenamente a Deus na forma de homem para poder ser compreendido. O texto diz literalmente: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (Jo 1.14).
A palavra “carne” significa tão somente a natureza humana assumida por Jesus. A expressão “o Verbo se fez carne” traduz-se como eskenosen, no grego bíblico, e significa “habitou num tabernáculo”, ou seja, “o verbo se fez homem”. Paulo emprega a expressão “tenda” para referir-se ao corpo como “morada terrena”. Do mesmo modo, Cristo foi a manifestação visível de Deus em carne para habitar entre o seu povo. Ele foi a plena manifestação da presença divina no meio do seu povo. Paulo escreveu a Timóteo, dizendo: “E, sem dúvida alguma, grande é o mistério da piedade: Aquele que se manifestou em carne foi justificado em espírito, visto dos anjos, pregado aos gentios, crido no mundo e recebido acima, na glória” (1 Tm 3.16). O Filho de Deus fez-se homem sem deixar de ser Deus. Assim como a Palavra de Deus vive e permanece para sempre (ver 1 Pe 1.23), assim também o Verbo de Deus, uma vez feito homem, permanecerá para sempre “Deus-Homem”.
Entendemos, portanto, sem sombra de dúvida, que a igualdade de natureza divina entre Deus Pai e Deus Filho foi possível porque Jesus foi gerado pelo Espírito Santo. A palavra “unigênito”, em relação ao Filho de Deus, aparece na língua grega do NT como monogenes, que significa que vem de mono, ou seja, único, singular, e genes, que advém de ginomai, que significa “ser, existente”. Subentende-se que monogenes significa: único de sua classe, único em seu gênero, único em sua espécie e diferente a toda coisa criada. Portanto, o Verbo, sendo Deus, tem a mesma natureza de Deus e a “expressa imagem da sua pessoa” (Hb 1.3).
O Tabernáculo de Deus na Terra É a Igreja de Cristo
Se nem o Tabernáculo de Moisés, nem o Templo de Salomão e nem os outros templos reconstruídos em Israel não existem mais, onde Deus habita agora? Os mais lindos santuários foram construídos ao longo da historia. Desde os tempos do AT até os nossos tempos, podemos entender por que a Escritura em Atos 17.24 declara que Deus “não habita em templos feitos por mãos de homens”. Portanto, não são os templos materiais que tem a Deus como morador permanente. Tem-se a presença imanente de Deus nos nossos templos, mas sua habitação não é em lugares físicos, como foi em Israel.
No Tabernáculo do deserto, a presença de Deus era sentida na simbologia dos mobiliários existentes, especialmente a “Arca da Aliança”. Deus vê a igreja local como casa espiritual, isto é, Ele está presente na vida da igreja através do Espírito Santo. Esta casa espiritual (a Igreja) é construída com pedras espirituais que são os remidos pelo sangue de Cristo. Esta é a morada de Deus na terra (ver 1 Pe 2.4-9). Ele, Jesus, é o Tabernáculo de Deus com os homens, porque Ele morará com eles, e eles serão seu povo (ver Ap 21.3).
O Tabernáculo de Deus É, particularmente, o Crente
Aprendemos que o Tabernáculo é uma antecipação do Cristo de Deus e do deleite que Ele tem em seu povo redimido. Visto que todo crente é identificado na Bíblia como “pedra viva” edificada como casa espiritual e sacerdócio santo, o Tabernáculo é símbolo de todo crente. A presença de Cristo é sentida com a vinda do Espírito Santo, que o Filho enviou para viver e morar no crente. Jesus disse aos seus discípulos: “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós” (Jo 14.16,17). Outra verdade acerca da morada do Espírito Santo no crente é o selo da promessa que se refere à garantia dessa morada do Espírito Santo no crente e da obra expiatória efetuada por Cristo. O texto de Paulo diz: “[…] fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória” (Ef 1.13,14). Não há, portanto, o que duvidar: nosso corpo é, particularmente, o Tabernáculo do Espírito Santo (ver 1 Co 6.19).
Texto extraído da obra “O TABERNÁCULO”, editada pela CPAD.
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